quinta-feira, 9 de abril de 2009

Maria D'Antuono

É este o nome da senhora de 98 anos que foi resgatada com vida das ruínas deixadas pelo sismo que abalou Áquila. Ao ser entrevistada apresentava uma serenidade desconcertante e disse como se fosse a coisa mais natural do mundo que passou as trinta horas que esteve soterrada... a tricotar! Disse também em jeito de brincadeira que estava despenteada.
Este episódio fez-me pensar na forma como as pessoas encaram a vida e a morte. Esta senhora de cabelo branco deixou-me a sensação que estava tão em paz com a sua vida que não poderia encarar a morte de uma forma que, para ela, não fosse tão natural como tricotar! E a morte pensou: "assim não tem graça" e foi-se embora.
Quantas vezes morremos devagarinho porque não conseguimos encarar as coisas menos boas com a mesma naturalidade com que a Maria na sabedoria dos seus 98 anos encarou as suas ruínas?

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