quarta-feira, 21 de março de 2012

Da paz

Conheço a palavra "Paz", sei lá...desde que me lembro de perceber o que as palavras significam. Paz para mim, era a ausência de guerra. Paz no mundo, paz na família, paz nas pessoas...não sei como explicar melhor isto...porque na verdade, eu sabia o que era a paz, sem a conhecer por dentro. Então, não sei explicar o que ela representava dentro de mim. É engraçado que, ao crescer, tenho-me apercebido que a paz é muito mais do que aquilo que eu achava que ela era. E hoje, ao pensar no assunto, percebo que conheço poucas pessoas que vivem em paz. Eu por exemplo, não vivo. E às vezes dou por mim a pensar que se vivesse em paz, era (mais) feliz. E então, estou a dar-me conta de que a paz anda mesmo de mãos dadas com a felicidade. Porque estar em paz significa estar de bem com a vida. Significa não ter esta ansiedade louca para que as coisas aconteçam ou o medo de que as coisas não aconteçam ou de que aconteçam sem que queiramos. Significa acordar de manhã e pensar "que bom!Mais um dia!" ou então percebermos que alguém não gosta de nós e mesmo assim dizermos "ok, tudo bem...tenho tantas pessoas que me amam!" sem mentira nem hipocrisia na voz ou no coração. Quando conseguimos isto, já não faz sentido a tralha que acumulamos ao longo dos dias e que, pensamos nós, nos tornará pessoas mais completas... O que passa a fazer sentido é  a procura do verdadeiro sentido da vida...seja ela mais ou menos fácil. E então, talvez nos possamos inquietar nessa procura, mas a paz permanece inabalável. Porque inquietação pode ser sinónimo de procura de sentido mas não de ausência de paz.

E porque é que eu sei estas coisas? Porque algumas vezes consigo viver assim. Depois de um encontro forte com Deus, depois de um momento de oração, depois de estar à espera de uma má notícia e de, afinal, a má notícia não ter chegado...O problema é o depois que vem a seguir a esses depois. O problema são os dias. Monótonos, pesados, cheios de pessoas que são autênticos campos de batalha. O problema é conseguir que essa paz seja forte a ponto de não quebrar com os ruídos que falam mais alto do que a certeza silenciosa de sermos amados...Sim! É isso mesmo!... Fazer ecoar por aí a certeza de sermos amados! É que se essa certeza for verdade em todas as pessoas, que motivos haverá para que a paz não esteja por aqui?

4 comentários:

Briseis disse...

Cara Fabi... Se a Paz que tu definiste existisse, seria um triste mundo o nosso. É claro que eu não sou a favor de guerras e afins... Mas a paz total que apregoas é enfadonha e insípida. Se gostares de ler, aconselho-te fortemente o livro "felicidade", de Will Fergusson. O título parece o de um livro de auto-aujda...lol Mas é, na verdade, um dos melhores livros que já li. É uma sátira bem disposta e profunda que põe a descoberto precisamente os defeitos da felicidade total a que aspiramos... Gostava de saber a tua opinião, caso o lesses.

Unknown disse...

Briseis...entendo o que dizes e concordo contigo! Mas a paz à qual me refiro, não é ausência de inquietação!(aliás, a inquietação é absolutamente necessária para que isto avance) mas sim aquela que vem da confiança e da certeza de nos sabermos amados...é a paz do coração. Tal como a felicidade não é a ausência de sofrimento, a paz também não é a ausência de inquietação. Os santos são o exemplo de pessoas inquietas e que viveram as suas vidas em paz...O problema é encontrar esse equilíbrio...Mas enfim...vamos tentando.Vou ler o livro com certeza =)Obrigada*

Érika disse...

Entendo perfeitamente o que queres dizer*
gostei mesmo desta reflexão ! :D

Unknown disse...

Obrigada érika =)